quarta-feira, 14 de outubro de 2009

“LEMBRANÇAS” (2)

Outono de um cego
                                                Rizzio Costa



Há pouco e pouco, sinto os olhos embaçados,
A praça perde o seu contorno, uma neblina
Vai avançando lentamente e, nos relvados,
Flores se escondem por detrás dessa cortina.


Folhas caídas, sonhos meus acalentados
À luz do sol que já se põe... (luz vespertina)
São o prenúncio de tempos aguardados
Na longa noite que, parece, não termina.



Mas nem assim deixo a tristeza me afetar
Pois, na memória tua imagem vou gravar
Como lembrança que comigo guardarei



E, embora cego, eu te “verei” sempre presente
Jovem, lindíssima, tal como antigamente,
Aquela moça deslumbrante que eu amei...